quinta-feira, janeiro 28
Aula de Poesia

terça-feira, janeiro 26
A dúvida

Jaime Bulhosa
segunda-feira, janeiro 25
Fotografar o pó dos livros
--- Oddments Room #6, Jane & Louise Wilson, 2008
As fotos das gémeas britânicas Jane & Louise Wilson, aqui apresentadas, fazem parte da série fotográfica Oddments (2008/2009). Esta série foi fotografada numa das maiores livrarias alfarrabistas de Londres, a Maggs Bros, tendo sido escollhidas apenas as salas onde se guardam livros valiosos mas danificados: não têm a capa, ou falta-lhes uma página...
Isabel Nogueira
foi bonito o lançamento, pá
sábado, janeiro 23
a máquina de fazer espanhóis
quinta-feira, janeiro 21
Lançamento do livro "Caderno de Memórias Coloniais"

Nota: Pode ouvir a entrevista de Carlos Vaz Marques a Isabela Figueiredo no programa da TSF, Pessoal & Transmissível
A experiência de ler

quarta-feira, janeiro 20
Finalistas dos Prémios de Edição LER/BOOKTAILORS
Um ramo de flores

---
Machado de Assis


Dom Casmuro, Memorial de Aires, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Um Homem Célebre, Antologia de Contos, entre outras.
terça-feira, janeiro 19
Ler
«Ler é compreender as memórias do passado, perspectivar as probabilidades do futuro e preservar a perplexidade perante os acontecimentos do presente.»
Livreiro anónimo sobre o sismo do Haiti
Al e Berto
- Por favor, eu queria o livro O Al e Berto Sem Medo.
- Não leve a mal, mas não será O Medo, de Al Berto ou talvez As Aventuras do João Sem Medo, de José Gomes Ferreira?
- Disseram-me que o rapaz tem que o ler na escola.
- Ah! Então já sei qual é.
- Aqui tem As Aventura de João Sem Medo.
- Obrigado. No entanto, aguarde só um momento que eu vou telefonar para confirmar.
- Com certeza.
- Olhe! É mesmo o Al e Berto Sem Medo.
segunda-feira, janeiro 18
Ler à distância de um gesto.

A minha mãe - não digo a sua idade porque, como ela me ensinou, não se diz nem se pergunta a idade de uma senhora - pediu-me como prenda de Natal livros para ler. Objectos que, desde que me recordo de mim, sempre vi na sua mesa-de-cabeceira. Foi o que fiz. Convém antes explicar que à minha mãe foi diagnosticada a doença de Parkinson com apenas 40 anos de idade. Doença que nos últimos anos a colocou de vez numa cadeira de rodas. Levei-lhe cinco livros, com o corpo de letra grande, porque a vista já não é o que era, pouco pesados, no sentido literal do termo, isto é, com poucas páginas, leves, para que não lhe pesassem muito nos braços, que como ela diz têm muita preguiça
Jaime Bulhosa
Os Postais da Primeira República





O presente volume inaugura a série de álbuns comemorativos do centenário da República (1910-2010). A impressionante colecção de postais ilustrados que António Ventura apresenta é, para além de puro deleite estético, um precioso roteiro e testemunho iconográfico da história de Portugal entre 1910 e 1926.
Título: Os Postais da Primeira República
Autor: António Ventura
Colecção: Álbuns da República
N.ºPág. : 190
isbn:9789896710248
Edição: tinta-da-chinaCNPCCR
Pvp: 32.00€
sexta-feira, janeiro 15
Anti-top 2009 Pó dos Livros

1- Caim, de José Saramago, Caminho
2- O Símbolo Perdido, de Dan Brown, Bertrand
3- Uma Pequena História do Mundo de E.H.Gombrich, tinta-da-china
4- O Planalto e a Estepe, de Pepetela, Dom Quixote
5 -2666, de Roberto Bolaño, Quetzal
6- História de Portugal, de Rui Ramos, Esfera dos Livros
7 -Novas Crónicas da Boca do Inferno, de Ricardo Araújo Pereira, tinta-da-china
8 -Fúria Divina, de José Rodrigues dos Santos
9–Veneza, de Jan Morris, tinta-da-china
10–Leite Derramado, de Chico Buarque, Dom Quixote
Afinal, qual vendeu mais?
Afinal, qual vendeu mais: O Símbolo Perdido, de Dan Brown, ou Fúria Divina, de José Rodrigues dos Santos? Parece que a polémica se instalou de vez no mercado editorial português. Sejamos sinceros, se a comparação fosse feita no mercado mundial, o Dan Brown estaria a léguas de distância, mais ou menos à mesma distância a que o Benfica se encontra este ano do Sporting. Porém, tanto a Bertrand como a Gradiva reivindicam para si o mérito de terem editado o livro mais vendido em Portugal no ano passado, factor que por si só é indicador da qualidade das obras, como toda a gente sabe. Segundo os números disponibilizados pelas respectivas editoras, a diferença situa-se, dizem, na ordem das unidades. Qualquer coisa como 170.000 exemplares para O Símbolo Perdido, e 169.999 exemplares para a Fúria Divina. Perdão, acabam de me informar de que, aqui na Pó dos Livros, devolveram, neste preciso momento, um exemplar de O Símbolo Perdido, de Dan Brown. Este livro foi, por lapso, oferecido neste Natal a um senhor que na realidade desejava o Paraíso Perdido, de John Milton, que é, como todos sabemos, quase a mesma coisa. Ambos versam temas inescrutáveis, quase tão inescrutáveis como a realidade dos números da edição
Jaime Bulhosa
quinta-feira, janeiro 14
Sem título
Não há nada mais gratificante para um livreiro do que escrever um post sobre um livro e alguém comentar:
- Adorei! Acho que vou ler.
Jaime Bulhosa
Não tenho tempo

Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? [...] e de que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, seria eterno e não presente, como poderíamos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? […]
Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derribar e tempo de edificar, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria, tempo de espalhar pedras e tempo de juntar pedras, tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar, tempo de buscar e tempo de perder, tempo de guardar e tempo de deitar fora, tempo de rasgar e tempo de coser, tempo de estar calado e tempo de falar, tempo de amar e tempo de aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz. E tempo para escrever no blogue?
Confusos? É o que dá eu andar a ler as Confissões, de Agostinho de Hipona, mais conhecido por Santo Agostinho.
quarta-feira, janeiro 13
Clientes especiais II

- Minha senhora, eu percebo que esteja aborrecida por nenhuma livraria a conseguir ajudar…
- Olhe! Com esta já são cinco.
- Sim, mas dizer simplesmente que o livro começa por “Era uma vez” não é lá uma grande ajuda, pois não?
terça-feira, janeiro 12
Grandes Tradições Religiosas
Facturas obituárias

segunda-feira, janeiro 11
Quantos livros tenho de ler para ser culto?
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- Disseram-me que aqui, nesta livraria, é que tem livreiros a sério?
- Ai sim?...
- Diga-me, por favor, quantos livros tenho de ler para ser culto?
O livreiro, um pouco atrapalhado:
- Bem… Não sei...
- Vi logo que não sabia.
- Não é isso! Acho que depende mais dos títulos do que propriamente da quantidade.
- Ah! Está a querer dizer-me que se eu ler o livro certo passo a ser culto?
- Não exactamente!...
- Então porque foge à questão? Não é você um livreiro?
O livreiro, já um pouco irritado:
- Sei lá, uns cinco mil, dez mil…
- Agora sim! Pode dar-me a lista?
- Mas meu caro senhor…
- Ah, ah, ah, estava a brincar.
Jaime bulhosa
Caderno de Memórias Coloniais

Nota: O lançamento lisboeta do livro de Isabela Figueiredo terá lugar na Pó dos Livros no próximo dia 21. O livro será apresentado por Eduardo Pitta, que sobre ele se pronunciou já em termos elogiosos
Edição: Angelus Novus
Título: Caderno De Memórias Coloniais
Autor: Isabela Figueiredo
N.º Pág.:136
isbn:9789728827663
Pvp: 15.00€
sexta-feira, janeiro 8
O livro negro das cores




Clientes especiais

- Mas minha senhora há mais de um ano que a escuto dizer quase diariamente «Pode recomendar-me alguma coisa divertida para ler?»
90 Livros clássicos para pessoas com pressa

quinta-feira, janeiro 7
Atendimento personalizado ao cliente

Depois de seis longos meses a trabalhar numa livraria como moço de recados, eis que finalmente chega a hora de atender o primeiro cliente. A excitação e o nervosismo eram enormes, finalmente iria transformar-se num livreiro a sério. Mas antes o velho livreiro, famoso por ter uma carteira de clientes invejável e responsável pela formação, decide fazer uma pequena palestra sobre as regras básicas de atendimento ao cliente.
- Presta bem atenção, que eu não duro para sempre. Em primeiro lugar estão os nossos clientes e logo a seguir empresa:
Regra n.º 1 – Cuidado com o teu tom de voz, que deve ser agradável e o mais natural possível.
Regra n.º 2 – Isto de atender tem que se lhe diga e pode não ser fácil. Nunca deves perder a calma. Ter paciência é fundamental nesta profissão. Se alguma coisa estranha acontecer, o melhor é pedires ajuda.
Regra n.º 3 – Cada pessoa é única e merece uma atenção especial.
Regra n.º 4 – Deves ser formal e nunca usar a intimidade. Deves utilizar termos como: Senhor, Senhora, por favor, queira desculpar, etc.
Regra n.º 5 – A postura e apresentação são muito importantes, os braços não devem estar atrás das costas. Atende as pessoas com um sorriso e sempre olhos nos olhos.
Regra n.º 6 – Facilita a vida ao cliente, não compliques e não inventes.
- Olha! Vem aí um cliente. Presta atenção, vou mostra-te como se faz.
Adoptando uma postura hirta diz:
- Bom dia. O Senhor deseja?
- Estou à procura do livro O Homem Sem Qualidades, de Robert Musil.
O velho livreiro, olhando o cliente nos olhos e com uma voz suave, triste, tanto quanto é possível fazer-se, responde:
- Infelizmente, senhor, esse livro encontra-se esgotado há uns anos e é muito difícil conseguir um exemplar.
Desesperado, o cliente exclama:
- Isso já eu sei! Mas onde o vou encontrar se não for você a arranjar-mo?
- Obrigado pelo elogio e por depositar confiança em mim. Dê-me então 48 horas e verei o que posso fazer.
- Posso ter esperança de que mo vai conseguir arranjar?
- Farei tudo para não o decepcionar.
- Muito obrigado e até daqui a dois dias.
- Até breve, senhor.
De sorriso malicioso, mal o cliente sai, logo o velho livreiro sobe umas escadas, e tira o respectivo livro da estante.
Espantado, o livreiro novato pergunta:
- Se já tinha o livro aqui, porque é que faz o cliente voltar daqui a dois dias?
Sem se atrapalhar.
- Porque este... este ainda não era meu cliente, e eu tenho uma reputação a manter.
Jaime Bulhosa
quarta-feira, janeiro 6
A Volta ao Dia em 80 Mundos

terça-feira, janeiro 5
Lisboa «cidade triste e alegre»



Este livro levou três anos a preparar. Cerca de seis mil clichés foram o resultado da tarefa a que os autores se votaram, tarefa que é um tributo de amor à cidade em que ambos nasceram e vivem. E dessas seis mil fotografias, foram escolhidas cerca de duzentas para formarem o conjunto desta obra.
Sem dúvida existem belas fotografias de Lisboa, da Lisboa pitoresca e monumental. Mas este álbum é diferente: não se trata dum simples inventário ou reportagem documental e muito menos duma colecção de «bonitas» provas isoladas. As fotografias que compõem o volume, afastando-se tanto quanto é possível daquilo que se entende por fotografia de «salon», são antes o retrato da Lisboa humana e viva através dos seus habitantes – de dia, de noite, nos seus bairros, na Baixa, no Tejo – revelação ora alegre ora triste, mas sempre terna e sentida, da vida duma cidade. Talvez, por isso, fosse mais adequado chamar-lhe «poema gráfico» - até porque o arranjo das imagens e a própria composição do livro têm, no seu grafismo, o fluir, a alternância de ritmos, as ressonâncias duma obra poética.
Título: Lisboa «cidade triste e alegre»
Autor: Costa Martins e Victor Palla
Edição: Pierre von Kleist Editions
Isbn:9789729982538
PVP: 90.00€
sábado, janeiro 2
Learicks

AUTO-RETRATO DO LAUREADO EM DISPARATES*
Ai que prazer é conhecer o Sr.Lear!
As bagatelas que escreveu e publicou!
Tem mau feitio e há quem não o possa ver?
Também há gente que com ele simpatizou...
O seu espírito é concreto e rigoroso,
E que tamanho excepcional o do nariz!
Possui um rosto mais ou menos horroroso
E a barba lembra uma peruca de juíz!
Tem dois ouvidos e dois olhos; dedos, dez,
Tomando em conta um e outro polegar.
Há muito tempo belas cantorias fez,
Mas hoje em dia é entre os mudos o seu lugar.
Fica sentado muitas vezes numa sala
Bem decorada, onde em livros se tropeça;
Bebendo copo atrás de copo de Marsala
Que não lhe sobe todavia à cabeça.
Padres e leigos, tem amigos sempre à espera,
Sem esquecer nunca o Velho Foss, que é o gato.
Seu corpo tem a forma exacta de uma esfera,
Usa um chapéu de rucinântico aparato.
Se acaso um branco impermeável utiliza
A criançada corre atrás num alarido,
Dizendo alto: - Ele vem p'ra rua em camisa!
É com certeza o velho inglês doido varrido!
Em frente ao mar ou nas montanhas, de emoção,
É de esperar que o seu pranto se desate;
Compra panquecas e pomada em profusão
E ao pasteleiro, macarrão de chocolate.
Consegue ler-mas não falar-o espanhol,
É-lhe impossível suportar a ginger-beer;
Antes que acabem os seus dias sob o sol,
Ai que prazer é conhecer o Sr.Lear!"
"Learicks" de Edward Lear, Livros &Etc, 2005,*texto português de Vera Pinto e Luís Manuel Gaspar, págs.27 e 28. Pvp - 13.62 euros.
Débora Figueiredo